Dissertação - Interfaces auditivas para elementos de workspace awareness acessíveis aos cegos em ferramentas de modelagem colaborativa de diagramas

Autor: Márcio Josué Ramos Torres (Currículo Lattes)

Resumo

Existem obstáculos para o aprendizado dos cegos e deficientes visuais, sobretudo nos cursos da área da Tecnologia da Informação e Comunicação, que usam informações diagramáticas ostensivamente em sala de aula, materiais didáticos e ferramentas. Há pesquisas sobre a acessibilidade para a percepção e interação em diagramas, no entanto, os recursos colaborativos acessíveis são menos evidenciados. Esses recursos são importantes, pois o trabalho em grupo apoia a integração social, a troca de saberes e a aprendizagem colaborativa. As funcionalidades básicas, necessárias às aplicações de groupware para colaboração, são apresentadas no framework de Gutwin e Greenberg, categorizadas como elementos de workspace awareness. Entretanto, o framework é uma abstração e não providencia detalhes, como a acessibilidade. Assim, a importância educacional e a lacuna na pesquisa sobre workspace awareness (WA) acessível motivaram esse estudo, cujo objetivo é projetar uma interface auditiva por meio da sonificação dos elementos de WA de modo que os usuários cegos possam perceber e acompanhar as mudanças no workspace em ferramentas de modelagem colaborativa de diagramas. O projeto apoiou-se na metodologia iterativa Design Science Research e resultou na divisão deste estudo em duas etapas. A primeira foi dedicada ao projeto da primeira interface auditiva e implementação em um protótipo de editor diagramas. A segunda etapa foi destinada ao reprojeto da interface auditiva, inclusão de duas interfaces baseadas em fala, sintetizada e natural, e atualização do protótipo. As interfaces foram avaliadas por meio de testes com usuários, com os métodos de medição da taxa de sucesso por tarefa e da carga cognitiva subjetiva por meio da ferramenta NASA-TLX. Os resultados obtidos foram satisfatórios na percepção das principais categorias de awareness "quem? fez o quê? e onde?", com o desempenho das interfaces auditivas muito próximo das baseadas em fala. Ademais, a carga de trabalho reportada foi menor nas interfaces sonificadas que nas faladas. Concluiu-se que as interfaces auditivas são uma opção viável para a implementação de um workspace awareness acessível às pessoas cegas e que ainda existem questões nessa área para abordar em trabalhos futuros.

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