Autor: Leonardo Nunes Mendonça (Currículo Lattes)
Resumo
A Internet é composta por milhares de Sistemas Autônomos (ASes) que utilizam técnicas de engenharia de tráfego para controlar o fluxo de dados em suas redes. Este estudo examina o uso das técnicas AS-Path Prepend (ASPP), Anúncio de Prefixo Mais Específico e Anúncio Seletivo em IPv4 e IPv6 ao longo de 10 anos (2014-2024). No IPv4, a desagregação de prefixos diminuiu devido à escassez de endereços, enquanto no IPv6, aumentou significativamente, refletindo o maior espaço de endereçamento do protocolo. A adoção do ASPP cresceu, especialmente na APNIC e LACNIC, com a LACNIC registrando um aumento de 12,02 pontos percentuais. Mais de 75% dos anúncios utilizaram ASPP, com prepends de tamanho 1 sendo os mais comuns, exceto na ARIN, onde prepends de tamanho 4 ou mais predominaram. O Anúncio de Prefixo Mais Específico também cresceu globalmente, com a LACNIC atingindo 61,06% de adoção em 2024, embora a maioria dos ASes a tenha utilizado em menos de 25% dos anúncios. O Anúncio Seletivo aumentou significativamente, principalmente entre ISPs e provedores de hospedagem, com mais de 75% dos prefixos anunciados de forma seletiva. A combinação de Anúncio de Prefixo Mais Específico e Anúncio Seletivo tornou-se mais comum, sendo usada por mais de 30% dos ASes, enquanto o uso simultâneo das três técnicas permaneceu raro, adotado por menos de 5% dos ASes. ISPs foram os principais usuários de ASPP e Anúncio Seletivo, enquanto provedores de hospedagem preferiram prepends de tamanho 1, e ASes governamentais utilizaram mais o Anúncio de Prefixo Mais Específico. Regionalmente, a LACNIC liderou a adoção dessas técnicas, a RIPE NCC preferiu ASPP, e a ARIN optou por prepends de tamanho 4 ou mais. Este estudo destaca tendências na engenharia de tráfego, enfatizando a influência de fatores regionais e específicos de cada protocolo.